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Title: GNU/Linux
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O sistema GNU/Linux e sua história

# GNU/LINUX

A combinação entre GNU e Linux forma um sistema operacional completo, o qual é amplamente usado no mundo todo. Detalhes sobre esses dois grandes projetos são descritos a seguir.

## O GNU

Um dos principais tópicos desta base de conhecimento é o projeto GNU[^1] e tudo aquilo que é abarcado por ele. Nas subseções seguintes descrevem-se a sua história, seu conceito e suas implicações na computação.

### O que é o GNU?

Ironicamente o nome GNU diz o que ele não é. GNU é um acrônimo recursivo para “GNU's Not Unix” (isto é, GNU não é Unix, em inglês). Mas por que um nome que diz o que ele não é? Como explicado a seguir, na seção referente à história do projeto, o GNU é um sistema operacional, que foi inspirado tecnicamente no sistema Unix.

O Unix serviu como base para decidir quais componentes seriam essenciais à criação do sistema GNU, o que implica em uma grande quantidade de semelhanças entre ambos. E por isso seria necessário também um nome que deixasse claro que, embora houvesse tais semelhanças, são sistemas diferentes, e principalmente, com propósitos diferentes.

O principal objetivo do GNU é ser um sistema operacional completamente livre. Nisso ele se distanciou do Unix, um sistema proprietário. Entretanto, houve também um distanciamento técnico, já que novas ideias foram implementadas no GNU.

### A história do projeto GNU

A historia do GNU nos remete ao início da década de 80, quando o termo “software livre” nem mesmo existia, embora conceitualmente ele já existisse há bastante tempo. Era comum o compartilhamento de código entre programadores, de forma que se um programador pedisse a outro o código-fonte de algum programa específico, dificilmente teria motivos para crer que não receberia esse código. A cooperação fazia parte da profissão, era algo natural.

Entretanto, ainda no início da década de 80, isso começou a mudar. Com a obsolescência dos computadores mais antigos, novos modelos eram lançados com sistemas operacionais não livres. Era exigido dos programadores que assinassem um termo de confidencialidade para que pudessem ter acesso não apenas ao código-fonte mas também aos executáveis.

Em outras palavras, os programadores começaram a enfrentar dificuldades pois não poderiam livremente compartilhar código e se ajudar mutuamente. Esse problema foi sentido em comunidades hacker, uma das quais (e provavelmente a mais proeminente) existia dentro laboratório de inteligência artifical do Instituto de Tecnologia de Massachussets - MIT.

Essa comunidade entrou em colapso, já que seus programadores foram, pouco a pouco, aderindo aos termos de confidencialidade impostos pelas empresas detentoras dos sistemas operacionais da época. O resultado disso foi a formação de vários pequenos grupos que não compartilhavam código entre si.

Entretanto, um dos membros dessa comunidade, Richard Stallman, optou por não aderir a esses termos por acreditar que eles apenas serviam para dividir as comunidades e seus esforços, o que eventualmente se mostraria contraprodutivo.

Em vez disso, preferiu usar seu conhecimento para desenvolver um sistema operacional cujo código pudesse ser compartilhado livremente. Dessa forma, novas comunidades de compartilhamento de software poderiam surgir.

Para fazer com que esse propósito fosse atingido, definiu as [4 liberdades](/wiki/softwarelivre/) que tornam um software efetivamente livre. E então deu início ao projeto GNU, que deveria formar um sistema operacional completo e composto unicamente por software livre, isto é, software aderente a essas 4 liberdades essenciais.

Naturalmente, o projeto não se concluiu da noite para o dia, e diante de sua complexidade, foi dividido em vários subprojetos. Cada componente essencial de um sistema operacional foi um projeto em si. Alguns dos mais proeminentes foram o compilador(gcc), a biblioteca C (glibc, necessária para estabelecer comunicação entre o kernel e as aplicações) e um interpretador de comandos (bash).

Muito tempo foi gasto na adaptação desses projetos ao Unix e outros sistemas operacionais. Se por um lado isso garantiu um alcance maior para os programas criados, por outro, atrasou a conclusão do sistema GNU como um todo.

O projeto também reaproveitou alguns programas já escritos sob licenças livres, como o sistema de janelas X Window System. Por este motivo, o sistema GNU não é exclusivamente composto por software GNU, isto é, programas escritos especificamente para o projeto GNU. Ainda assim, isso não restringe o sistema GNU, visto que tanto o X Window System como outros programas reaproveitados são também software livre.

Pouco a pouco, com a criação dos programas GNU e o reuso de outros programas, o sistema GNU foi tomando forma. Entretanto, faltava um componente importante neste sistema, o kernel (cerne), isto é, o programa responsável por gerenciar os recursos do sistema e fazer uma interface com o hardware.

[^1]: [O Sistema Operacional GNU](https://www.gnu.org/gnu/gnu.pt-br.html)